Por que os filmes de heróis fazem tanto sucesso?
Será que precisamos da fantasia de que alguém nos salvará de todos os perigos?
Talvez esta ideia esteja ligada ao sentimento de ausência ou de falta de proteção em nossa infância, simbolizadas pelos nossos pais. Mais especificamente pelo pai, que é representado no arquétipo junguiano como o provedor, o protetor, a lei ou juiz.
Essa é uma carência intrínseca ao ser humano de uma forma ou de outra, pois somos seres insaciáveis em nossos desejos: por mais que tenhamos, sempre nos falta algo.
Nessas histórias existe uma violência permitida pelo herói porque ele está do lado do “bem”, e tudo é válido para proteger os fracos e oprimidos. Ele pode punir o vilão até com a morte, se preciso for.
Isso na realidade nos faz descarregar nossa agressividade de uma maneira sublimada e aceita pela sociedade.
Todas estas histórias, assim como os contos de fada, utilizam a fórmula da “Jornada do Herói” de Joseph Campbell, na qual o herói passa por algumas etapas até chegar à vitória.
Ele começa com um desafio, depois vem o aceite, um mentor, a caminhada, a derrota e a frustração que levam a uma desistência momentânea, o retorno à luta e o fim triunfante, e, consequentemente, o retorno para casa, onde será reconhecido pelos seus.
Todas as histórias de aventura usam esta receita. Afinal, o que seria da conquista sem a dificuldade?
E o que seria da vida sem a fantasia?